O Boavista ganhou. E ganhou aos azuis!

Quer em casa dos Avós quer na escola, o círculo portista estava a apertar, pelo que tive que tomar uma atitude drástica. Para quem chegou a este blogue há pouco tempo, convém explicar que 1) eu sou boavisteiro, mas não um adepto fervoroso (ler mais aqui); 2) o JM diz que é do Boavista, mas a maioria dos coleguinhas na escola são do POOOOOOrto (é assim que se fala por lá, como já expliquei aqui); 3) nos últimos tempos, o JM começou a duvidar da qualidade dum Boavista FC que não aparece na caderneta de cromos (ler aqui); 4) o ponto anterior foi remendado com a oferta de uma camisola axadrezada com o número 12 (foto-reportagem aqui). Remendado, mas não solucionado.

Mesmo com a camisola do Boavista com o seu nome inscrito nas costas, o JM continua a sofrer pressões clubísticas. Eu, mesmo não sendo o tal adepto fervoroso, fiquei contente com a estima que o pequeno tem pelo clube do pai. Não achei piada nenhuma à contestação da norma vigente. Tive que tomar uma atitude drástica. Peguei no JM e fomos ao estádio. Mais, não ficámos na bancada central, mas sim no Topo Sul, mesmo no meio da claque dos Pantera Negra. O ambiente boavisteiro já foi bem mais animado do que é agora, mas a claque continua a entoar canções do Boavista, a bater palmas e com os pés nas cadeiras, a fazer algazarra com tambor e bandeiras. Um ambiente de festa que o JM adorou.

Um grande senão é a número palavrões por minuto que cada elemento da claque consegue debitar. É impressionante. Dei por mim a pensar que a capacidade de espremer  tanto calão numa só frase é uma forma de arte. Quem sabe até candidatar tanto palavrão a património imaterial da humanidade. Mas como explique noutro texto que escrevi quase há um ano, o JM não reconhece os palavrões como asneiras e só filtra palavras inócuas como «poças» e «caraças». Aliás, o JM só arrebitou a orelhas com esta última que o próprio pai deixou escapar num golo perdido à boca da pequena área pelo Yanuyi Li (o jogador chinês com que o Futre atrairia charters de chineses para o Sporting). E, no meio de tanto impropério lançado pelos vizinhos de bancada, de dedo em riste lá advertiu o progenitor «não se diz essa palavra!».


Dizia eu, que o JM adorou. Gostou tanto, que não queria sair para o intervalo. Só saiu com a promessa de irmos ao bar/sede dos Panteras Negras. O ambiente lá dentro é tudo menos baby friendly, mas o JM ficou a conhecer muitos boavisteiros, muitos ainda pequenos como ele. No final, o Boavista FC ganhou 1-0 ao Camacha, que, como toda a gente sabe, veste azul e branco. Percebem?! «O Boavista ganhou 1-0 aos AZUIS!»

Etiquetas: ,