Piscinas e natação (I)

A Convidada Especialista desta semana fez uma pesquisa exaustiva sobre Piscinas e Natação, o que vem mesmo a calhar para este início de Verão. A Dra. Bernarda Sampaio é pediatra neonatologista no serviço de Neonatologia do Hospital de Guimarães. Trabalha também no Hospital Privado da Boa Nova. A Bernarda é Mãe de uma «princesa que fez agora 6 anos» e de um «príncipe maravilha que tem 13 meses».

Piscinas e natação
Bernarda Sampaio

A água é um dos locais mais aprazíveis para a diversão com os nossos filhos, no entanto os perigos iminentes a uma simples distração são muitas vezes esquecidos. Todos os anos, pelo menos 54 crianças são vítimas de afogamento (21 de Junho de 2011). O afogamento na criança, é um acontecimento trágico, rápido e silencioso, que pode acontecer em muito pouca água. (APSI)

Por esse mesmo motivo hoje falaremos sobre idade ótima para iniciar aulas de natação, estratégias preventivas de afogamento e abordaremos a temática piscina de água salgada versus de água doce.

Até Julho de 2010 a Academia Americana de Pediatria (AAP) não aconselhava a aprendizagem da natação até aos 4 anos. Aos 4 anos a maioria das crianças podem aprender movimentos básicos de locomoção na água e por volta dos 5/6 anos podem dominar o estilo “crawl”. As aulas de natação melhoram a competência da criança na água, embora não se deva confiar nas suas capacidades para se salvar antes dos seis. Estudos recentes revelaram que as crianças entre os 24 e os 42 meses que tivessem realizado um treino intensivo de natação de 8 a 12 semanas adquiriam capacidade de sobreviver a um afogamento se caíssem numa piscina. Até à data existem poucos estudos relativos à capacidade de prevenção de afogamento nesta idade com a aprendizagem da natação e não estão referidas as “aulas-chave” com melhores resultados. A AAP recomenda que todas as crianças devem aprender a nadar, a idade de início para a aprendizagem deverá ser os 4 anos, no entanto o início desta aprendizagem antes dos 4 anos deverá ser uma decisão parental tendo por base os seguintes factores: tempo de exposição à água, maturidade emocional, limitações físicas e problemas médicos (risco mais elevado de gastroenterites, dermatites, agravamento de doenças alérgicas, hipotermia; frio; e hiponatremia; intoxicação pela água;). A AAP não identifica vantagens no início de actividades aquáticas antes de 1 ano de idade. As crianças com menos de 3 anos que participem em actividades aquáticas deverão ter sempre um dos pais presentes na água, na proporção de um para um, num ambiente divertido, com professores qualificados, água tépida, purificada e com um número reduzido de submersões.

Não existindo recomendações específicas no nosso país da Sociedade Portuguesa de Pediatria, acho que o início das aulas deverá ser ponderado, entre pais e médico assistente, considerando os riscos e benefícios inerentes e a individualidade de cada criança. Obviamente parece-nos mais claro que uma criança filha de pescador/surfista, que frequente prolongadamente os mesmos locais que os pais, deverá adquirir mais precocemente movimentos básicos de sobrevivência na água que uma criança que viva num ambiente rural sem rios/lagos próximos…mas e os poços? E os tanques?

[fonte: poolinfosite.com]

É nos rapazes que se verifica o maior número de afogamentos, sendo a faixa etária mais “atingida” as crianças até aos 4 anos. Em termos gerais é nos rios/ribeiras/lagoas e tanques/poços que se regista o maior número de afogamentos, logo seguidos das piscinas. A praia é o local onde se verificam menos afogamentos. Nas piscinas, os afogamentos acontecem mais com as crianças dos 0 aos 4 anos, assim como, nos tanques e poços. Nos rios/ribeiras/lagoas acontecem mais com as crianças dos 10 aos 14 anos e nas praias com os jovens dos 15 aos 18 anos.

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