Domingo no parque dos poetas

Não gosto de um Estado demasiado paternalista. Com a desculpa que zela pela nossa saúde, baixa o teor de sal no pão, diminui o tamanho de cada pacotinho de açúcar, restringe a publicidade de certos produtos. Até aqui vai-se tolerando, mas cuidado com os exageros. Não é que um delegado de saúde decretou o encerramento do Barrigas & Companhia das 13 às 17 horas. Com a desculpa da vaga de calor, o sr. dr. queria obrigar as famílias todas a recolher para casa. Como se não fossemos capazes (e livres!) para tomarmos a decisão de passear ou não por um parque num Domingo de calor. O parque até estava cheio de sombras, aspersores de água, tendas a oferecer garrafas de água, etc., mas a organização teve mesmo que encerrar os stands.

Todas as actividades foram canceladas, mas, como é óbvio, o parque manteve-se aberto como sempre e aqueles que quiseram passearam pelo parque. Suponho que o sr. delegado de saúde não tenha conseguido convencer as entidades da protecção civil a juntar-se à sua batalha contra os perigos sanitários de um calor que (pasmem-se!) apareceu em pleno Verão. Ainda assim, o sr. dr. teve a capacidade de estragar parte do trabalho de um ano da Barrigas de Amor, a empresa que organiza o evento. A TVI já não fez o programa em directo, o evento que queria angariar dinheiro para a Make a Wish não teve o impacto que poderia ter tido, houve muitos cursos e seminários para actuais e futuros pais que ficaram adiados.


Nós aproveitámos bem a vaga de calor, para surfar pela a A1. Viemos por aí a baixo com o ar condicionado no máximo, isto é, temperatura no mínimo e ventoínhas no máximo. Ai se o sr. delegado sabe... Chegámos já passava das 17h30 e o parque estava à pinha. Passeámos pelas banquinhas dos animais, recolhemos amostras na secção de cosmética, comemos bolas da praia (com índices de glicose e de lípidos que deveriam preocupar o sr. delegado, mas tão boas!), comprámos um sling  na Maria Café, tirámos fotografias no Intermarché, saltámos em insufláveis (outro perigo para a saúde pública!), e, mais importante de tudo, sentámo-nos na relva para matar as saudades de uns amigos 'emigrados' em Lisboa.


O painel de bloggers onde iria participar não se realizou, pelo que fiquei sem conhecer pessoalmente a Rita Mendes. Quando vinhamos embora, ouvia-se a DJ Mendinha a passar vários hits que o JM gosta de ouvir. O JM ainda quis voltar atrás. A Mãe negou. «Nem noutro dia mais tarde?» (Isto não sei se fui eu ou o JM). A Mãe negou duas vezes. Amuámos os dois.

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