A logística montada para o circuito começa uns meses antes, originando algumas dores de cabeça a quem utiliza a zona da Avenida da Boavista e da Estrada da Circunvalação no seu dia-a-dia. Eu era dos que se queixava do transtorno que a montagem das bancadas, das pontes e dos
rails no trajecto trabalho-casa, mas desde que o JM nasceu acho que compensa a chatice. Assim que a marginal por trás do Edifício Transparente começa a parecer uma pista de carros, o JM entusiasma-se. «Papá, podemos andar muito rápido e colar letras?» Aparentemente, na cabeça do pequeno a existência de autocolantes com muitas letras nos carros é proporcional à velocidade que eles conseguem atingir. A história repete-se com pequenas variações durante o último mês de preparação do circuito. A cada conversa, fica a promessa de assistirmos juntos às corridas. Cá em casa, cumprimos as promessas.
Então, lá fomos. T-shirt do Angry-Birds, mochila do Mickey e chapéu do Spiderman. Combinação para um vencedor, que seria mais tarde substituída por T-shirt do Angry-Birds, mochila do Mickey e «chapéu das corridas» (um boné vermelho da Honda que o rapaz fez questão de cravar ao Pai e a Mãe 'adorou'). Imaginem a felicidade de uma criança de 3 anos a passear no paddock entre máquinas fabulosas, cheias de cores, letras e motores ruidosos, miúdas giras com calções demasiado curtos para as pernas demasiado longas, bancas de 'comes e bebes' com cerveja gelada e um Sol de torrar. Imaginem a felicidade da criança de 32 anos que o levava às cavalitas.
