Cá em casa também temos as nossas divergências

A Mãe acha que o JM deveria jogar rugby. Eu acho que as lesões que eles fazem são demasiado perigosas, pelo que preferiria que ele praticasse um desporto menos violento, como o pólo aquático. Sempre vi a natação como o mais completo e equilibrado dos desportos. É também uma questão de segurança, porque evita afogamentos. Para além destes dois argumentos, torna-se quase obrigatório para quem vive junto ao mar. Estou certo que o JM vai querer experimentar todos os desportos de praia - surf, bodyboard, kitesurf, windsurf, mas estes são mais individualistas. O pólo aquático imprimir-lhe-ia alguma disciplina e espírito de grupo, que eu acho ser benéfico nesta idade.

Há cerca de 8 meses, fiz a minha primeira jogada de antecipação. Inscrevi o JM nas aulas de natação. Foi um período em que eu tinha mais disponibilidade e podia ir com ele às aulas 2 vezes por semana. Seguiu-se um interrégno, devido à minha ida para o Hospital de Braga e ao nascimento do MM. Entretanto, o JM já voltou às aulas de natação. É uma delícia vê-lo de touca, roupão e crocks, por entre as piscinas, para encontrar a professora. E, depois, ver como se diverte dentro de água. Tem tido um progresso extraordinário e esperamos tê-lo pronto para uns mergulhos na piscina, por altura do Verão.

Entretanto, na última Sexta-feira, a Mãe, passou-me uma rasteira. Levou o JM a um treino de rugby do CDUP. Com a cumplicidade do cunhado (meu irmão, tio do JM), andou às corridas e encontrões com um grupo de crianças (todos maiores que ele, diga-se). Chegou a casa exausto, mas feliz da vida. As fotografias (tiradas pelo cúmplice) mostram isso mesmo.




Um amigo, pai de um rapaz mais velho que o JM, relatou-me um conflito semelhante na sua própria casa. Segundo ele, o filho «levou tanta porrada no rugby que pediu para sair». Ele (pai) sorriu e inscreveu-o no pólo aquático. Viveram felizes para sempre. Eu estou a apostar num desfecho semelhante, mas a Mãe não se comove com a história. Numa coisa concordamos: o JM é competitivo quanto baste, pelo que far-lhe-á bem um desporto colectivo. Por vezes, os desportos individuais resvalam para a obrigação ou criam-se objectivos demasiados exigentes para as crianças. Nos desportos colectivos, incentiva-se a partilha, ganha-se o espírito de equipa e, no fundo, é tudo uma brincadeira com outras crianças da mesma idade.

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